Mundinho da Paula

Te amo de um jeito estrangeiro...

Te amo embolado entre meus cabelos, arriscado, rasgado nas palavras.

Em mímicas desse modo mesmo; sem dizer entre gestos, trejeitos, manias, sotaques criados por nós pra dizer somente pra gente que a gente se entende; pra que dizer que nos amamos.

As vezes é claro e universal, só de te olhar já sinto teu pensar.

Noutras é pura interpretação; eu te interpreto, tú me interpretas

Nos olhos, jogadas de cabelo, o canto da boca, e a jogada de sobrancelha teu corpo muito me fala.

Me comove de tal maneira, teu xadrez, andar..

Como caminhas engraçado, faz meu coração sorrir e ir em sua direção em galopes de calafrios, ansiedade e paixão exatamente como da primeira vez é tudo outra vez.

Estranho você ser de de tão longe e te sentir tão perto, as vezes procuro a definição de estrangeiro  só pra ver  se é aplicado a ti mas como podes tu ser estrangeiro se aprendemos a mesma língua no nosso jeito de amar??

É no fim das contas, adapto me à ideia de que é mal de brasileiro tratar  bem o estrangeiro, fazer de sua casa morada de terceiro, que vira parceiro e acaba com vaga de titular no coração.

Tem jeito não, toda seleção tem seu astro, aquela por qual a torcida vibra, chora, se apaixona è o titular sem questionamentos ou imposições.

O estrangeiro se torna a cada dia nativo em meus pensamentos, eu continuo o volante mas a defesa  está fraca e teu ataque ganha a partida por mais uma vez na copa do meu coração.

És capitão da minha seleção.